Sábado, 03 de outubro de 1992, em todo Brasil foi dia do eleitor escolher nas urnas quais seriam seus representantes para o executivo e legislativo municipal. As eleições municipais no Brasil naquele ano foram deflagradas no governo Fernando Collor, porém o processo de impeachment movido contra o presidente da República fez com que ocorressem sob Itamar Franco. Foram as primeiras eleições municipais realizadas em dois turnos, no Brasil. As eleições foram marcadas pelo retorno de conhecidos políticos ao poder, tanto nas capitais como no interior dos Estados. Seus mandatos começariam em 1º de janeiro de 1993, terminando em 31 de dezembro de 1996.
Disputadas sob o impacto do movimento “Fora Collor” que resultaria na queda do presidente da República, as urnas fizeram triunfar o PMDB que fez um terço (1605) das prefeituras, número superior ao obtido pela soma do PFL (965), os dois partidos com maior número de prefeitos eleitos.
A disputa em Dormentes também ocorreu entre os dois partidos, o PFL representado por Zé Olímpio, candidato a prefeito, que teve como candidato a vice-prefeito Valter da Emater. O PMDB teve Geomarco Coelho como candidato a prefeito e Raimundo Reis candidato a vice-prefeito, que conforme relatado na matéria anterior, Zé Olimpio e Geomarco haviam se consolidado com as principais lideranças do município nas eleições de 1988, por terem sido os representantes eleitos vereadores quando Dormentes ainda era um distrito de Petrolina.
Os dormentenses se dividiram entre os dois candidatos, fazendo das eleições daquele ano uma disputa acirrada. O pleito marcou o surgimento de várias outras lideranças que até hoje são lembradas e algumas que não se consolidaram. Iniciava a alternância de mandatos entre os dois que duraria duas décadas.
O formato de votação era em cédulas eleitorais, cabendo à eleitora ou eleitor marcar com um "X" o candidato de sua preferência. Nela também constava, na parte superior, o nome do cargo em disputa, e logo abaixo, em pequenos quadrados, os nomes dos candidatos.
Ao fim da apuração, 7.237 dormentenses compareceram às urnas, no entanto, só foram validados 6.093 desses votos, já que 1.034 votaram branco e 110 foram anulados. Destes válidos, Geomarco obteve 3.201 votos, contra 2.892 votos obtidos por Zé Olimpio, que com uma diferença 309 votos Geomarco foi eleito o primeiro prefeito de Dormentes.
Mesmo saindo vencedor, Geomarco só conseguiu eleger 04 vereadores: MARIA DO CARMO MAGALHAES TERTO (Carminha), a mais votada com 491 votos; JOSE CONCEICAO RODRIGUES PEREIRA (Conceição), o segundo mais bem votado com 470 votos; GILVAN ADOLFO COELHO (Gilvan de Adolfo), o terceiro mais bem votado com 400 votos; e; ORMINDO ALEXANDRE DA SILVA (Bidon), na sétima colocação com 290 votos.
Por sua vez, Zé Olimpio mesmo tendo sido derrotado saiu com maioria para a Câmara de Vereadores, 05 eleitos, com a seguinte composição: DEUSDEDIT FRANCISCO DA COSTA (Deusdedit de Monte Orebe), que obteve 376 votos, ficando como o quarto mas bem votado; MARIA DA PAZ COELHO CAVALCANTI (Paizinha), com 368 votos, ficou com a quinta cadeira; JOSE ZUCA DA SILVA (Zuquinha), com 311 votos e a sexta cadeira; JOSE NUNES DE BARROS FILHO (Dudú), oitavo colocado, com 259 votos; e; JUSCIEL OLIMPIO RODRIGUES (Jusciel Olimpio), com 211 votos, ocupando assim a nona e última cadeira.
Diferente das regras eleitorais atuais, que permitem reeleição para o executivo, naquela época Geomarco comandou o destino do município por quatro anos, sem direito a reeleição, em 1996 ele teve que indicar um sucessor e enfrentar mais uma vez seu principal oponente, Zé Olimpio. O pleito de 1996 foi marcado pelo surgimento de jovens lideranças buscando vagas ao legislativo e cinco novos nomes ocupando cadeiras. História que contaremos na próxima matéria.