José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um aumento de cerca de 9% para o salário dos militares. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, os chefes militares apresentaram a demanda a Múcio em conversas nos meses de julho e agosto. A avaliação nas cúpulas militares, especialmente no Exército, é que há uma insatisfação generalizada de praças e suboficiais com os salários recebidos. Uma nova rodada de conversas será feita em setembro e outubro, quando as discussões sobre o orçamento de 2024 devem ganhar tração.
O descontentamento tem aumentado desde 2019, quando o que era para ser uma reforma na Previdência dos militares se transformou numa reestruturação da carreira, com a criação de uma série de benefícios atrelados à conclusão de cursos e promoções por tempo de serviço.
Na prática, os benefícios criaram uma série de distorções nos ganhos dos militares. Isso, segundo o jornal, aumentou os rendimentos de oficiais superiores e oficiais-generais e reduziu ou estagnou os de praças e militares de baixa patente.
Ainda conforme a Folha, generais aumentam seus salários com ajudas de custo de até R$ 150 mil pagas nas movimentações militares, que geralmente ocorrem a cada dois anos. O valor sobe para cerca de R$ 300 mil quando eles vão para a reserva.
Contudo, generais falaram ao jornal que praças e suboficiais recebem atualmente um salário até 30% menor que o pago até 2001, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) editou uma medida provisória que reduziu ou extinguiu uma série de benefícios militares.
Além disso, a reestruturação da carreira de 2019, capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ampliou a diferença salarial sem fazer mudanças relevantes na base do salário do militar.