Autoridades brasileiras estão monitorando o risco do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar fugir do país para evitar uma possível prisão no âmbito do chamado “Caso das Joias”, que investiga a venda de presentes oficiais recebidos pela presidência da República, ou das investigações acerca das articulações por um golpe de estado no país, que acabaram desembocando nos atos do dia 8 de janeiro.
De acordo com o portal UOL, a fala de Bolsonaro em visita ao estado de Goiás na última sexta-feira (18), de que estaria “correndo risco” no Brasil, acendeu um sinal de alerta tanto no STF (Supremo Tribunal Federal) quanto na alta cúpula do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Estive três meses nos Estados Unidos, no estado da Flórida, realmente um estado fantástico", disse Bolsonaro na visita a Goiás. "Mas, apesar de ter sido acolhido muito bem, não existe terra igual a nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder", completou o ex-presidente.
O temor de Bolsonaro fugir é ainda mais justificado porque, como o ex-presidente ainda não foi indiciado nem foi convocado para prestar depoimento, ele pode deixar o país a qualquer momento, sem qualquer risco de ser barrado no aeroporto.
No Itamaraty, um dos temores é que uma fuga de Bolsonaro obrigue o Brasil a pedir extradição a algum país governado pela extrema-direita ou por algum aliado político do ex-presidente brasileiro. Na avaliação dos diplomatas, esse contexto poderia resultar em uma crise diplomática.
Recentemente, os deputados federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) encaminharam ao STF um requerimento solicitando uma medida cautelar para que o passaporte de Bolsonaro seja retido, exatamente visando evitar uma tentativa de fuga do ex-presidente.