Em julho, o valor da cesta básica caiu em 13 das 17 capitais brasileiras acompanhadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores reduções ante o mês anterior aconteceram em Recife (-4,58%), Campo Grande (-4,37%), João Pessoa (-3,90%) e Aracaju (-3,51%).
Porto Alegre teve a maior variação positiva e foi a capital em que a cesta básica apresentou o maior custo, R$ 777,16. Na sequência, aparecem São Paulo (R$ 769,95), Florianópolis (R$ 746,66) e Rio de Janeiro (R$ 738,12).
Nas cidades das regiões Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 547,22), João Pessoa (R$ 581,31), Recife (R$ 592,71) e Salvador (R$ 596,04).
Os valores dos alimentos que compõem a cesta básica apresentaram queda em sua maioria. O feijão carioquinha e o tipo preto registraram redução em todas as cidades onde os dados foram coletados. O maior recuo foi em Belo Horizonte, de 11,59%.
A carne bovina de primeira também caiu em todas as cidades, com variação entre 7,16%, em Florianópolis, e 0,86%, em Vitória. Já o quilo do pão francês teve aumento em 13 cidades.
Mais da metade do salário mínimo
Apesar da queda do valor da cesta básica em 13 das 17 capitais pesquisadas, o comprometimento da renda do trabalhador para comprar uma cesta continua elevado.
Uma pessoa que recebe um salário mínimo nacional (R$ 1.320), após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, comprometeu cerca de 54,61% do rendimento líquido para adquirir os produtos que compõem a cesta no mês passado, diz o Dieese.
O percentual, porém, é menor do que o comprometido em junho , de 55,63%. Em julho de 2022, era 59,27%.
Para suprir as despesas de uma família composta por quatro pessoas que vive em Porto Alegre, o Dieese estima que seria necessário um salário de R$ 6.528,93. O valor é 4,95 vezes o mínimo de R$ 1.320.
Em julho de 2022, 11 cidades registraram aumento de preço da cesta básica, e o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.388,55, ou 5,27 vezes o valor do piso nacional vigente na época, que era R$ 1.212.