A morte do fisiculturista e youtuber alemão Jo Linder, conhecido como Joesthetics, após sofrer um aneurisma aos 30 anos acendeu a discussão em torno do uso de anabolizantes para fins estéticos. Prática proibida recentemente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A namorada de Linder, Nicha, fez uma série de postagens por meio de seu Instagram para falar sobre a morte do rapaz e defendê-lo de rumores. Segundo ela, ele não teria morrido de overdose pelo consumo de anabolizantes.
Em abril deste ano o CFM decidiu proibir a prescrição médica de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com finalidade estética, “para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho esportivo”, seja para atletas amadores ou profissionais, por não apresentar comprovação cientifica suficiente que “sustente seu benefício e a segurança do paciente”.
A nota destacou ainda que não existe estudos clínicos randomizados demonstrando os riscos associados à terapia hormonal tanto para homens quanto para mulheres.
— Nós estamos observando no Brasil um aumento exponencial da prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes para fins estéticos, de ganho de massa muscular e de melhoria de desempenho esportivo – inclusive entre mulheres. Os especialistas foram unânimes em afirmar que os benefícios da utilização dessas medicações para esses fins não superam os riscos. Não existe dose mínima segura, como alguns usuários alegam. Por isso, estamos proibindo essa prática — afirma José Hiran Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Uma outra preocupação das sociedades médicas e federações brasileiras, que foi sanada pelo Conselho Federal de Medicina, foi quanto aos anúncios patrocinados na internet, principalmente voltados para a área médica que ensinava formas de prescrever o uso de anabolizantes e ajudava a divulgação da prática.
Segundo os médicos, “o público-alvo é formado, especialmente, por jovens médicos recém-formados que, seduzidos por promessas de altos rendimentos, diferenciação e colocação rápida no mercado de trabalho, acabam por seguir esses caminhos, que se apresentam como fáceis atalhos”.
O CFM também restringiu a realização de cursos, eventos e publicidade com o objetivo de estimular o uso ou fazer apologia a possíveis benefícios de terapias androgênicas com finalidades estéticas, de ganho de massa muscular ou de melhora na performance esportiva.
O órgão disse que este item assume relevância diante da “proliferação de atividades de extensão, educação continuada e pós-graduação sobre terapias hormonais cuja base é o treinamento de profissionais para prescrição de hormônios e outros tratamentos ainda sem comprovação científica”.
O Conselho Federal de Medicina regulamenta que a prescrição médica de terapias hormonais está indicada em casos de deficiência comprovada, ou seja, em casos de doenças como hipogonadismo, condição médica causada pelo mau funcionamento das gônadas de pacientes de ambos os sexos, afetando ovários e testículos, resultando em uma dificuldade de produção de determinados hormônios e, consequentemente, problemas de fertilidade; puberdade tardia, micropênis neonatal e caquexia, quando há perda de tecido adiposo e músculo ósseo, presente em alguns canceres sem controle, principalmente, pancreático e gástrico.