O dia seguinte à vitória nas urnas foi marcado por uma extensa agenda de compromissos com a imprensa. Mesmo tendo dormido apenas quatro horas entre domingo e ontem, Raquel Lyra (PSDB) concedeu inúmeras entrevistas ao longo da segunda-feira. Não mais como candidata, e sim como a primeira mulher eleita governadora de Pernambuco.
Em entrevista ao Diario, Raquel Lyra fez um balanço sobre a eleição em Pernambuco, especialmente sobre sua vitória nas urnas. Falou sobre as prioridades para o seu governo e os maiores desafios que deverá enfrentar.
Raquel Lyra revelou que recebeu um telefonema do governador Paulo Câmara (PSB), que se prontificou a iniciar a transição, e também do prefeito do Recife, João Campos (PSB). A governadora eleita afirmou que vai procurar o presidente eleito, Lula (PT), para tentar firmar parcerias com o governo federal a partir de 2023. Sobre Pernambuco, Raquel prometeu “abrir as caixa-preta” quando tomar posse.
A gente ganhou a eleição andando Pernambuco durante a pré-campanha no chão, conversando com a população, ouvindo as suas dores, compreendendo quais eram as soluções que a gente poderia apresentar. Para garantir que Pernambuco pudesse, diante do diagnóstico feito, de um estado de maior desigualdade, vice-campeão de desemprego, de maior violência no Brasil, voltar a gerar empregos e esperança para a sua gente. A gente precisava chegar no povo. Conversar com os invisíveis. Garantir que nosso governo fosse feito de fora para dentro, chegando onde os governos não chegam, como a gente fez em Caruaru. As pessoas conseguiram compreender que a minha candidatura, junto com Priscila (Krause, vice-governadora eleita), representava esse desejo de mudança.
Parecia uma candidatura improvável, eu e Priscila, com pouco tempo de televisão, com pouca estrutura, mas uma coisa a gente tinha muito forte, que era a conexão e um desejo maior da nossa gente por mudança, diante de um governo que deixa o legado de um estado muito pior do que recebeu, com dois milhões de pessoas passando fome. Uma região metropolitana mais pobre entre todas as regiões metropolitanas do Brasil, pior estado para empreender do Brasil. Não era sobre a quantidade de prefeituras, não era sobre o tamanho da coligação, ou tempo de televisão. Falavam sobre isso o tempo inteiro e a caminhada demonstrou que esse desejo se expressou na nossa candidatura. Uma eleição que chancelou uma ampla maioria a favor de um projeto de verdadeira mudança para Pernambuco.
O povo de Pernambuco queria mudança. Não pode ser uma mudança de faz de conta, ou de mais do mesmo. e essa mudança verdadeira foi enxergada a partir do trabalho também do que a gente fez em Caruaru como prefeita, cuidado das mulheres, construindo o maior projeto de educação da nossa história, investindo na área de saúde, combatendo a violência, gerando empregos. E isso não se faz com discursos. A gente conseguiu mostrar que era possível construir oportunidades. Mesmo que o Brasil venha mal, mas Pernambuco vai pior. E Caruaru conseguiu mudar indicadores e reposicionar o município para crescer e para deixar o seu povo mais feliz, com mais qualidade de vida.